segunda-feira, 30 de novembro de 2009

VITÓRIA DO POVO HONDURENHO: 70% DE ABSTENÇÕES NA FARSA ELEITORAL



As eleições farsa promovidas a 29 de Novembro pelos golpistas de Tegucigalpa & Washington tiveram uma resposta à altura do povo hondurenho: 70 por cento de abstenções.

O povo recusou-se a participar da farsa orquestrada pela oligarquia hondurenha e orquestrada/financiada pelo agente da CIA Simon Henshaw, o segundo homem da Embaixada dos EUA.

Os hondurenhos atenderam assim ao apelo da Resistência e do presidente Manuel Zelaya em favor do boicote maciço.

Apenas os EUA, Israel, Costa Rica, Panamá e Peru anunciaram reconhecer o governo saído desta fraude gorilesca realizada num clima de terror, brutalidade e repressão.

Os governos do Brasil, Equador, Venezuela, Argentina, Espanha, Paraguai e Guatemala já haviam anunciado que desconheceriam os resultados destas eleições sem legitimidade.

Publicado no Resistir.info.

Ver mais informação com imagens e fotos em lahaine, em O castendo, ou onde quiser. É um assunto mais do que documentado, excepto pela imprensa habitual.

domingo, 29 de novembro de 2009

Recordar Adriano nos tempos que correm

Hoje ao vaguear por aí descobri no bonstempos hein ?! este vídeo que vale a pena ver.

Mudam-se os tempos mas ele há coisas que teimosamente continuam por aí.

Até que um dia sejam varridas...


sábado, 28 de novembro de 2009

Livro Segundo de “O Capital”


Na apresentação pública da tradução portuguesa do Livro Segundo Tomo V de “O Capital”, em que intervieram também José Barata Moura e Sérgio Ribeiro, Jerónimo de Sousa sublinhou a actualidade deste volume perante a actual crise do capitalismo mundial e em relação à qual se multiplicam operações de disfarce, que visam ocultar não só as verdadeiras causas e os verdadeiros responsáveis mas, essencialmente, a natureza exploradora do sistema.

Ver atigo completo e ouça as intervenções aqui.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cozinha dos Ganhões

Daqui mais a bocado vou lá.

Estou curioso.

Aparentemente voltou a ser um certame de promoção e valorização do que de bom se faz no concelho, o que é bom.

Mas continuo a não gostar do espaço actual e da sua organização.

Perde-se, e muito, aquele procurar do conhecido ou amigo que poderia estar numa das tascas.

E acabávamos por passar por elas todas.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Hoje há Avante!

DESTAQUES:
É com o PCP que podem contar!

A força da luta

Jerónimo de Sousa
Com activistas sindicais

Precariedade
PCP exige medidas

Gaibéus – faz 70 anos 
40 anos após a morte de Alves Redol

Blair mentiu

Estudantes protestam

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Melo Antunes no 25 de Novembro

O propósito da data e do que se vai dizendo por aí vale a pena ler este texto, que sob o título Combates da memória (35), Vítor Dias publicou no seu o tempo das cerejas*:

O advogado e deputado do PS, Joaquim Sarmento, publica na edição de hoje do Público um artigo intitulado «Melo Antunes, émerito fundador da democracia portuguesa» que, em diversos pontos, me merece reservas que entretanto não tratarei neste «post».

Não, o que pretendo anotar é que Joaquim Sarmento, tal como vários antes dele, escreve que «ao declarar perante as câmaras de televisão na noite de 26 de Novembro que o Partido Comunista era indispensável à democracia, Melo Antunes ganhou a admiração de todos os democratas, incluindo aqueles que queriam atravessar o "Rubicão" com um exército de elefantes domesticados.»
 
Ora, cada um de nós, pode, à distância de 34 anos, entender que se Melo Antunes tivesse falado da indispensabilidade do PCP para a democracia talvez essa expressão fosse mais conforme com as realidades políticas objectivas da época.

Mas a verdade é que, historicamente e certamente não por acaso ou lapso, não foi isso que Melo Antunes disse.

Com efeito, como qualquer gravação da RTP ou consulta de jornais da época comprovarão, do que Melo Antunes falou naquela noite foi da insipensabilidade do PCP «para a construção do socialismo».

E, como é bom de ver, por mais anos que tenham passado, ninguém tem o direito de emendar ou alterar o que Melo Antunes efectivamente disse.

É que ele disse o que disse, e não outra coisa, porque essa era a linguagem da época mesmo já depois do 25 de Novembro, uma linguagem que, por razões políticas e sociológicas, estava ainda mais à esquerda do que as realidades políticas e as verdadeiras correlações de forças.

E se alguém tiver dúvidas sobre isto, é só ir à procura dos comunicados emitidos pela Presidência da República durante a crise do 25 de Novembro de 1975, quase todos escritos pelo Ten-Coronel Ferreira da Cunha, e aí facilmente verificará que a esquerda militar e os militares na órbita de Otelo eram tratados como «contra-revolucionários» enquanto os Nove e os seus aliados militares (bem menos recomendáveis) eram qualificados de verdadeiros «revolucionários».

Aliás, só para contrariar certas ideias feitas e demonstrar que a vida tem as suas surpresas, ainda um dia hei-de aqui contar aspectos das reuniões pós-25 de Novembro de delegações do MDP primeiro com uma delegação do Conselho da Revolução e depois de reuniões de trabalho para a elaboração do 2º Pacto MFA-Partidos em que participei com Ramalho Eanes e Melo Antunes e surprendemente pautadas, não por uma atitude «vencedores» versus «vencidos«, mas por uma assinalável cordialidade, afectividade e quase sintonia política, a par de uma patente acrimónia e desgosto por parte desses militares com atitudes de Mário Soares e do PS.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Há quantos anos?

Há quantos anos debita Vitor Constância o mesmo discurso?

Há quantas décadas se repete, sabedor e supervisor?

Se já o tivessem ouvido - e seguido... sobretudo o exemplo pessoal de contenção e abstinência - não estariam os salários médios dos trabalhadores nas alturas exorbitantes em que se vê, não estaria o salário mínimo nessa pouca vergonha dos sei lá quantas vezes quinhentos euros, os nossos custos do "factor trabalho" estariam ao nível dos "europeus" e não tão acima, não seria o regabofe da gentinha que nunca está satisfeita e dá cabo da competitividade externa.

Se já o tivessem ouvido - e seguido o seu exemplo pessoal - não estaria a economia como está, estaria tudo controlado, bem supervisionado, o povo feliz e o PS no governo.

Ouçam, por favor, o Exmo. Senhor Professor Doutor Vitor Constância... que eu já não posso mais ouvi-lo!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Chongqing: socialismo numa cidade

Escrevo hoje de Chongqing, vasta cidade na China central, porta de entrada para o oeste do país. Para alguns, Chongqing é a maior cidade do mundo, um município com 32 milhões de habitantes; mas, como já entendi, essa definição está errada, porque esse número é a soma das populações de várias cidades-satélites acrescida de 20 milhões de habitantes da área rural.

Por Robert Dreyfuss, para o The Nation.

Ler o artigo em português aqui.

domingo, 22 de novembro de 2009

Um país de sucesso

Os leitores estarão lembrados dos discursos pungentes com que há cerca de um ano, mais coisa menos coisa, os mais altos responsáveis do País instaram os portugueses a cerrar fileiras para combater a «crise», garantindo que a hora era grave, gravíssima, as perspectivas negras como breu, que todos não seríamos demais para salvar Portugal – onde é que a gente já ouviu isto? –, que empresários e trabalhadores tinham de dar as mãos e, sobretudo, que todos, mas todos tínhamos de fazer sacrifícios para não sermos levados no vórtice do descalabro que teve o epicentro nos EUA e se propagou pelo mundo qual tsunami apocalíptico.

A dramatização foi bastante convincente.

É um facto que as senhoras e senhores da grande burguesia não vieram para a praça pública despojar-se dos privados bens para salvar a Pátria, mas há que reconhecer, por outro lado, que não houve levantamentos populares quando o Governo anunciou a canalização de milhões do erário público – o dinheiro dos nossos impostos, é bom não esquecer – para a «salvação» da banca e das empresas privadas.

Passados os dias de maior sufoco, segundo rezam os prognósticos, eis que começam a vir a público os resultados do hercúleo esforço nacional para escapar ao buraco:

nos primeiros nove meses do ano, os cinco maiores bancos a operar em Portugal registaram lucros na ordem dos 5,1 milhões de euros por dia, arrecadando 1403 milhões de euros de ganhos, ou seja uma subida de 4,2% em relação ao tal ano da «crise»;

os lucros das mil melhores Pequenas e Médias Empresas (PME's) cresceram 40,3 por cento no mesmíssimo ano de «crise» (segundo um estudo feito em exclusivo para a “Exame” pela Informa D&B e pela Deloitte);

as grandes empresas não se ficaram atrás e vão anunciando lucros de muitos zeros.

A única nota discordante é a taxa de desemprego, que no terceiro trimestre já ia nos 9,8 por cento, segundo os dados oficiais, ou seja, em termos reais, bem acima dos 10 por cento.

Contingências da vida, claro.


Anabela Fino no Avante!

sábado, 21 de novembro de 2009

Palermices

Às vezes apetece-me praguejar.

 Ninguém viu o vídeo que publiquei ontem?

Ninguém liga ao que eu digo?

Hoje estou nesses dias!

Paciência.

Apareçam mais vezes.

Mas, por favor pensem.

Têm uma cabeça que, no fundamental, devia servir para isso.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Capitalismo & outras coisas de crianças



Um filme diferente. Vale a pena ver.

Retirado daqui

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hoje há Avante!



DESTAQUES:


Luta garante resultados


Afirmar o ideal comunista

CPPC
Pela paz, contra a NATO

Reduzir desigualdades
Aumentar reformas

Seixal
Intensificar a luta


Acabar com as taxas nos exames e tratamentos

Palermo
Atulhados de lixo

Pelas 40 horas
Marchas em Brasília

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Precariedade do trabalho, precariedade da vida



A política laboral deste governo e dos seus antecessores representa um retrocesso civilizacional, que visa agravar a exploração e fragilizar os trabalhadores, enquanto reforça o poder dos grandes grupos económicos e do patronato.

A defesa mistificada da precariedade, primeiro pelo Governo PSD/CDS-PP e depois pelo anterior Governo PS, foi erguida contra o direito ao trabalho consagrado na Constituição da República Portuguesa.

Ler a intervenção de Rita Rato na Assembleia da República.

Nestes casos, são «acidentes» da história



Aqui, no Público de ontem, podia ler-se esta aterradora e chocante notícia:

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, pediu ontem desculpas ao milhão e meio de "australianos esquecidos" - as crianças que foram vítimas ao longo de várias décadas de maus tratos e abusos em instituições públicas do país, muitas delas enviadas do Reino Unido para a Austrália e em muitos desses casos sem o conhecimento dos pais.
"[Sentimo-nos] desolados por esta tragédia, esta tragédia absoluta, de infâncias perdidas", afirmou Rudd perante os cerca de mil de sobreviventes deste drama humano que se apresentaram no Parlamento - cumprindo a recomendação feita pelo Senado em 2004, instando o Governo da Austrália a assumir "arrependimento"; (...)Estamos todos juntos para vos apresentarmos as desculpas do Estado, para vos dizer que estamos desolados", prosseguiu, num discurso transmitido pela televisão, lamentando ainda que muitas daquelas crianças tenham sido abandonadas "ao frio, à fome e à solidão, sem terem ninguém, absolutamente ninguém, a quem recorrer". Centenas de milhares de crianças foram vítimas de enormes violências, incluindo casos de abuso sexual, nos orfanatos e casas de acolhimento australianas.

(...)Ao longo das três décadas foram enviadas pelo Reino Unido umas 130 mil crianças pobres, entre os três e os 14 anos de idade, para outros países da Commonwealth, sobretudo para a Austrália e Canadá, mas também para a Nova Zelândia, para a África do Sul e para o Zimbabwe, com promessas de que teriam uma vida melhor. Muitas das crianças abrangidas pelo programa estavam já institucionalizadas no Reino Unido, sendo-lhes dito que os pais tinham morrido, ao mesmo tempo que os pais não eram informados de que as crianças estavam a ser enviadas para fora do país.

Em muitos casos foram tornadas trabalhadoras em quintas, onde sofreram todo o tipo de abusos físicos, psicológicos e sexuais.

Entretanto, lido o essencial da notícia e embrulhados o choque e indignação, estou certo que nem um só um defensor do sistema capitalista achará que isto deva ser lançado à conta dele, estou certo que aqui só verão um acidente ou tragédia da história e não crimes como vêem noutras latitudes e que nenhuma corrente política portuguesa, apesar de a estes factos estarem associados governos britânicos conservadores e trabalhistas, admitirá carregar com este peso sobre os ombros porque, como bem sabemos, pesos sobre os ombros e para toda a vida é só para os do costume.

Publicado por Vítor Dias no o tempo das cerejas*

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Desemprego continua a crescer



Os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o desemprego, em Portugal, continua a crescer.

A taxa de desemprego atingiu os 9,8%, o que representa um agravamento de 0,7 pontos percentuais, relativamente aos 9,1% observados no trimestre anterior e um acréscimo de 2,1 pontos percentuais em relação aos 7,7% observados no período homólogo de 2008. Este valor fica bastante acima das previsões do Governo para o conjunto do ano, que apontavam para os 8,8%.

Na Região do Alentejo a taxa de desemprego é de 10,2%, valor acima da média nacional.

A população desempregada foi estimada em 547,7 mil indivíduos, verificando-se um acréscimo de 26,3%, face ao trimestre homólogo, e de 7,9% em relação ao trimestre anterior.

Publicado por Manoelinho no Mais Évora

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Organizações elaboram campanha contra eleições em Honduras

A Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado reuniu, na tarde de domingo (13), em Tegucigalpa, entidades e sociedade civil para elaborar estratégias de boicote às eleições gerais do próximo dia 29 de novembro.

No sabado, 15 organizações juvenis anunciaram sua não participação no processo eleitoral, qualificado como fraudulento, difamante, mentiroso e ilegítimo.

Ler a notícia aqui.

domingo, 15 de novembro de 2009

A ORDEM NATURAL DO CAPITALISMO

Segundo um relatório da UNICEF ontem divulgado, «no mundo, mais de 200 milhões de crianças de menos de cinco anos de idade passam fome».

Este número é, por si só, elucidativo do estado actual do mundo - e, portanto, do carácter do sistema político, económico, social e cultural que, porque é dominante, é o responsável por este estado do mundo: o capitalismo.

No entanto, para além do horror deste número, há outros horrores.
O relatório diz respeito a «crianças com menos de cinco anos de idade», mas...
e as crianças irmãs mais velhas dessas crianças?: é mais do que previsível que, em casas onde os mais pequeninos passam fome, o mesmo aconteça aos maiorzinhos...
E quantos milhões são esses maiorzinhos?

E os pais dessas crianças com menos e com mais de cinco anos de idade?: certamente, ninguém - nem o mais assanhado dos propagandistas do capitalismo - os imagina a banquetear-se diante dos filhos a morrerem de fome...
E quantos milhões são esses pais?

Com esta simples reflexão, pretendo chamar a atenção para o facto de estes números revelados pela UNICEF - sem dúvida elucidativos da brutal desumanidade que caracteriza o sistema capitalista - ficarem muito aquém da realidade

Na verdade, em cada casa onde há uma criança que passa fome, há uma família, um núcleo de seres humanos, cercados por um espesso muro de ausência de direitos humanos.
De ausência de justiça.
De ausência de liberdade.

E, ao contrário do que diz a ideologia capitalista, esta não é uma «ordem natural das coisas»: é, isso sim, a ordem natural do capitalismo.

O capitalismo para o qual a única alternativa é o socialismo.

Publicado por Fernando Samuel no Cravo de Abril.

sábado, 14 de novembro de 2009

500 Euros

Há daqueles dias que só nos apetece ir beber uma cerveja a qualquer lado.

A mim de vez em quando acontece-me.

Tenho um azar do caraças.

Onde vou a maior parte das vezes é só jovens.

Peço uma cerveja e, mesmo que a música que nos envolve esteja demasiado alta, ouve-se sempre o grupo do lado a falar das suas coisas. Coisas da vida (é da vida como diria alguém que eu conheço para fugir às questões incómodas).

Hoje calhou-me um miúdo, que eu conheço há alguns anos (no grupo do lado) a lastimar-se de os jovens com um salário de 500 euros, que está na moda, não terem qualquer hipótese de terem vida própria nem futuro.

Eu sei que a culpa também é minha.

Nunca, nos tempos que com ele convivi, lhe falei de luta de classes, de filho de trabalhador ter de ser trabalhador, de ter que lutar por uma vida melhor, de exploração do homem pelo homem, de socialismo, de desemprego, de coisas banais com que no dia a dia nos confrontamos nesta sociedade desigual em que temos de (sobre)viver.

Uma sociedade cada vez mais desumana, mais injusta, mais arbitrária. Uma sociedade onde alguns (poucos) criam fortunas abissais à conta da pobreza e da miséria de muitos.

O miúdo tem razão, está é desenquadrado, a sua revolta ou descontentamento levaram-no nas últimas autárquicas a ser candidato do PSD. Pois, até podia ter sido candidato do PS ou do Mietz. Dava no mesmo.

Enquanto não se procurar a razão de fundo, e ela está na luta de classes, nada feito. Mais nos afundamos.

A questão fundamental é capitalismo ou socialismo. A nossa opção é determinante.

Que a façamos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Hoje há Avante!



DESTAQUES:

Comunismo é o futuro


Lei da selva na Esegur

CPPC
XXI Assembleia da Paz

CNA
Muita parra e pouca uva

Países de Leste
Anos de empobrecimento



Homenagem
a Ary dos Santos

Programa do Governo em debate
Política velha, problemas acrescidos

Honduras
Resistência boicota «eleições»
 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PCP recusa reescrita da história

Bernardino Soares, na discussão dos votos sobre os 20 anos da destruição do muro de Berlim, referiu que «o afã comemorativo destes dias visa sobretudo o presente e o futuro; visa a luta dos povos contra a natureza agressiva do capitalismo, deseja desmobilizar a esperança e esconder que há alternativa a este sistema.»

O triunfalismo comemorativo a que temos assistido nos últimos dias, de que alguns aqui na Assembleia da República também reivindicam o seu quinhão, mais do que o facto histórico que se verificou há 20 anos atrás, visa reescrever a história e tentar decretar, para o presente e para o futuro, a vitória definitiva do sistema capitalista como se do fim da história se tratasse.

É aliás extraordinário, mas não certamente um acaso, que isso aconteça no momento em que uma gravíssima crise internacional põe a nu as contradições do capitalismo e arrasta os povos para a degradação das suas condições de vida, para o aumento da pobreza e para uma ainda maior exploração dos trabalhadores e dos mais desfavorecidos.

É ainda extraordinário e inaceitável que esta gigantesca reescrita da história procure fazer tábua rasa dos contributos do campo socialista em aspectos decisivos do progresso da humanidade no século XX, como são os casos do contributo determinante para a derrota do nazi-fascismo da luta e derrota do colonialismo, do progresso social económico e cultural e dos direitos dos trabalhadores em todo o mundo, da paz e da manutenção de um equilíbrio militar estratégico.

É aliás significativo que se ignorem importantes consequências das alterações ocorridas há cerca de 20 anos no Leste europeu, como a drástica redução da esperança de vida, a destruição dos sistemas sociais, o desemprego, o aumento exponencial da pobreza, da fome e da marginalidade.

Ou como o retrocesso social e nos direitos dos trabalhadores entretanto verificado e em curso, incluindo no nosso país.

O Imperialismo norte-americano e o seu pilar na União Europeia crescentemente militarizada encontraram um campo mais liberto para a ingerência, a invasão e o desmembramento de países soberanos.

Pela primeira vez desde 1945 a guerra voltou à Europa e um país soberano – a Jugoslávia - foi desmembrado com a participação activa e directa de potências estrangeiras.

O que foi derrotado não foram os ideais e o projecto comunistas, mas um «modelo» historicamente configurado, que se afastou, e entrou mesmo em contradição com características fundamentais de uma sociedade socialista, sempre proclamadas pelos comunistas, onde são indispensáveis entre outras a democracia política e a liberdade.

O PCP rejeita por isso o teor dos votos em análise, registando diferenças substanciais entre eles, em especial os que fingem ignorar os muros reais que hoje existem contra a liberdade, a dignidade, que impõem a exploração agravada, ou que suportam a guerra e a ocupação.

O afã comemorativo destes dias visa sobretudo o presente e o futuro; visa a luta dos povos contra a natureza agressiva do capitalismo, deseja desmobilizar a esperança e esconder que há alternativa a este sistema.

Não o conseguiram no passado e não o conseguirão no futuro.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

JCP 30 Anos: "Transformar a vida, construir o futuro"


Sob o lema “Transformar a vida, construir o futuro”, comemora-se hoje o 30º aniversário da JCP, dia assinalado pela organização através do lançamento público de um livro que, de forma ilustrada e documentada, percorre os principais momentos destas três décadas.

Esta iniciativa, em que apresentação do livro foi feita por Hugo Garrido (membro do secretariado da Direcção Nacional da JCP) e David Pereira (membro da Direcção Nacional da JCP), é a primeira de várias outras já agendadas para os próximos dias e semanas.

Das iniciativas futuras de comemoração do aniversário da JCP, destaca-se a realização de uma grande iniciativa de âmbito nacional, no próximo Sábado (14 de Novembro), que terá lugar na Voz do Operário (Lisboa) e contará com a presença do Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

Notícía retirada daqui. Ver também o sítio da JCP.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ainda sobre os muros, especialmente hoje.

Este texto do Sérgio Ribeiro publicado no Anónimo séc.xxi sobre os muros e sobre a dose que durante o dia de hoje nos martelou a cabeça, a vista e as orelhas, e que à hora que estou a escrever continua, merece ser divulgado.

Pela forma como se denuncia a hipocrisia dos muros e pela fartura que temos de os ouvir, tentando manipular tudo e todos. Vale a pena.

Isto é abusar do gentio

Se num país com regime etiquetado de comunista, se levanta um muro, não importa saber porquê, que antecedentes houve: é um crime, há que o derrubar... e a culpa é do comunismo.

Depois há que aproveitar a efeméride para festejar a queda do muro, perdão do dito comunismo, até porque teima em não cair e até parece que tem toda a razão no que estudou do capitalismo,

Se num outro país qualquer, isto é, não comunista, se levantam muros, eles lá terão as suas razões e, se houver que anatematizar o levantamento dos muros, lamenta-se, toleram-se e assacam-se as culpas aos turcos (ou aos gregos, ou aos cipriotas), aos israelitas (ou aos palestinianos que os obrigaram a isso), aos mexicanos que queriam entrar à “má fila” nos Estados Unidos (a estes, nunca!), aos flavelados do Brasil (e flagelados), aos irlandeses (ora dos católicos, ora dos protestantes, consoante), aos marroquinos (ou aos saharouis), aos africanos (são mais que muitos... os muros, porque africanos vão rareando), aos sunitas, aos talibãs (os muros à volta dos edifícios em Cabul), aos coreanos (mais aos do sul que o terão construido que aos do norte, veja-se lá… porque se tivesse sido ao contrário não faltaria!), nunca a culpa é do… sistema.

Ora vão para o raio que os parta!

Estou farto de muros, e de um em especial. Vou ficar 20 anos sem falar de muros, tal a dose.

domingo, 8 de novembro de 2009

Ainda sobre a Revolução de Outubro...

Este texto publicado no Cravo de Abril, que vale a pena referenciar, também convida à reflexão:

"Os média dominantes não disseram (nem vão dizer) que o 92º aniversário da Revolução de Outubro foi comemorado em dezenas de iniciativas do mais diverso tipo - convívios, almoços, debates públicos, envolvendo milhares de pessoas - realizadas por todo o País e promovidas por organizações do PCP.


Com tal silêncio, pretendem esses média - propriedade do grande capital - que a sua seja a única versão disponível sobre o assunto, isto é: que desse acontecimento maior da história da humanidade que foi a Revolução de Outubro se saiba, apenas, o que os proprietários desses média querem que se saiba.

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que com «a constituição do primeiro Estado operário; com as conquistas civilizacionais - políticas, sociais, económicas e culturais - alcançadas na União Soviética nascida da Revolução de Outubro; com o processo de construção do socialismo então iniciado e os seus êxitos; com as múltiplas repercussões no mundo de todo esse exaltante processo, dando nova dimensão à luta de libertação nacional dos trabalhadores e dos povos e à luta pela paz» - que, com tudo isso (e muito mais), «o mundo mudou num sentido e com um conteúdo jamais verificados até então».

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que, ao contrário do que propalam os «historiadores» do sistema e os seus média difundem, a derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial foi obra essencialmente da União Soviética e do seu glorioso Exército Vermelho - da mesma forma que a URSS desempenhou papel decisivo na luta libertadoras dos povos e na liquidação do colonialismo.

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que a ditadura salazarista/caetanista contou, até ao seu último dia de vida, com o apoio dos EUA e das democracias burguesas europeias - e que os que resistiram ao fascismo contaram sempre com o apoio solidário da União Soviética.

É natural que a tal gente só interesse falar da derrota do socialismo, apresentando-a como um «acto libertador» e não como aquilo que, da facto foi: uma tragédia para toda a humanidade - uma tragédia cujas consequências são visíveis nos graves retrocessos civilizacionais verificados nos últimos vinte anos.

É natural que a tal gente não interesse que se saiba... o essencial: que a Revolução de Outubro foi o primeiro grande passo da mais humana e progressista experiência alguma vez tentada; foi a primeira demonstração concreta de que o socialismo é, de facto, a única alternativa ao capitalismo - e que o socialismo é, não apenas possível, mas inevitável.

Com tudo isso evidenciando que a derrota dessa experiência não foi a derrota dos ideais que a sustentaram, os quais, 92 anos depois, permanecem vivos, actuais e carregados de futuro.

A confirmar que «não é ao capitalismo mas ao comunismo que o futuro pertence»."

sábado, 7 de novembro de 2009

Revolução de Outubro





A grande Revolução Socialista de Outubro realizada em 1917, na pátria de Lenine, constituiu um acontecimento maior na história da humanidade e abriu caminho à construção da primeira sociedade e do primeiro Estado socialista na antiga URSS.

Passados 92 anos, quando o capitalismo em plena crise, revela de forma brutal a sua dimensão exploradora, opressora, o seu carácter injusto e desumano expresso nas condições de vida de milhares de milhões de seres humanos, o socialismo emerge, em Portugal e no mundo, como uma grande exigência da actualidade e do futuro.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

20 anos depois. Porquê? Dá que pensar.

Alemães de Leste preferem socialismo
20 anos de retrocesso

As ditas «comemorações» do 20.º aniversário da queda do muro de Berlim são pretexto para mais uma campanha anticomunista, na qual se procura criminalizar os ideiais do socialismo e os que lutam pela superação do capitalismo.

No sábado, 31, três antigos chefes de Estado, considerados como os «obreiros» da destruição do muro (e não só), reuniram-se em Berlim. Helmut Kohl, ex-presidente da Alemanha, George Bush (pai), ex-presidente do EUA, e o inefável Mikhail Gorbachov voltaram a sentar-se à mesa para se congratularem com o seu «feito». Gorbatchov aproveitou as luzes da ribalta, que já só raramente incidem sobre a sua pessoa, para se desdobrar em entrevistas, onde se gaba e reconhece que «perdi, mas a perestróika ganhou» (letemps.ch, 02.11).

Toda a imprensa ocidental dominante faz coro em qualificar a queda do muro, e portanto a derrota do socialismo, como a «libertação» do povo da RDA e sinónimo de avanço civilizacional.

Porém, a realidade das últimas duas décadas, não só na Alemanha de Leste, mas também na generalidade dos antigos países socialista do Centro e Leste Europeu, já para não falar da URSS, não testemunha qualquer progresso, por mínimo que seja, para o povo, mas antes um tremendo retrocesso económico e social que reduziu à miséria amplas camadas da população, condenou a juventude ao desemprego, privando a grande maioria de uma perspectiva optimista de futuro.

Não é por acaso que todos os anos o governo federal alemão promove um sondagem entre a população de Leste sobre as actuais condições de vida em comparação com a experiência da RDA socialista.

Apesar campanhas massivas de obscurecimento e criminalização do socialismo, os resultados de tais inquéritos têm sido invariavelmente decepcionantes para os seus promotores. A maioria dos alemães de Leste continua a preferir o socialismo e mostra-se desiludida com o capitalismo.

A última sondagem data de 26 de Junho. Os seus resultados, publicados no jornal Berliner Zeitung, são inequívocos: «a maioria dos inquiridos considera que a antiga República Democrática Alemã (RDA) tinha “mais aspectos positivos que negativos”.» «Passados 20 anos de anexação, 57 por cento da população da ex-RDA continua a defender o socialismo.» (Avante! n.º 1857).

O valor do socialismo

Já em 1992, no vergonhoso julgamento a que foi submetido pelas autoridades alemãs ocidentais, Erich Honecker, antigo chefe de Estado da RDA, declarou perante o tribunal de Berlim: «O único objectivo desde processo (...) [é] desacreditar totalmente a RDA e o socialismo na Alemanha».

Mas, sublinhou, «cada vez mais alemães de Leste constatarão que tinham as condições de vida menos deformadas na RDA do que os alemães ocidentais com a economia “social” de mercado; que as crianças da RDA, nas creches, jardins-de-infância e escolas cresciam mais felizes, menos preocupadas, mais bem formadas e mais livres que as crianças da RFA (...). Os doentes constatarão que, apesar dos seus atrasos técnicos, o sistema de saúde da RDA os considerava como pacientes e não como objectos comerciais (...) Os artistas compreenderão que a censura da RDA, real ou imaginada, não era tão hostil aos artistas como a censura do mercado (...) Reconhecerão que na vida quotidiana, em particular no local de trabalho, tinham na RDA uma liberdade inigualável.»

Publicado no Avante.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Hoje há Avante!



DESTAQUES:


Basta de tanta pobreza!


A Revolução de Outubro 92 anos depois
Lénine e a Revolução

Tomar a iniciativa

Ilegalidades em Aveiro

PCP avança na AR



Outubro: os Dez Dias que Abalaram o Mundo

Preferem socialismo

«Eleição» sem votos

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Será ético perdoar dívidas à Segurança Social?

Um dos maiores (de)méritos de Sócrates foi a forma eficaz como ao longo de quase cinco anos utilizou os media para manipular a opinião pública, como o demonstra a ideia que a imprensa tentou criar de Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Segurança Social no anterior governo.

Com Vieira da Silva, só até 2008, as dívidas à Segurança Social aumentaram 2.961 milhões de euros, enquanto a recuperação de dívidas anteriores foi de apenas 1.044 milhões de euros, o que se traduz num saldo negativo de 1.917 mil milhões de euros.

É o preço que os trabalhadores portugueses têm de pagar pela competência deste ministro…

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ronda dos Quatro Caminhos - Chula Velha



Dos tempos do Cavadinhas (companheiro das tropas) e do Lopes (hoje nosso conterrâneo).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Orgãos autárquicos: Iniciou-se o mandato 2009-2013.

Com a instalação da Câmara e da Assembleia Municipal saídas das eleições de 11 de Outubro, e após a instalação das Assembleias de Freguesia, iniciaram-se os novos mandatos autárquicos para o período 2009-2013.

Aguarda-se agora com expectativa a evolução do mandato dos diversos órgãos autárquicos tendo em atenção que houve mudanças profundas na maioria deles.

De uma coisa se tem a certeza, nuns a situação irá melhorar, noutros irá piorar. Foi sempre assim.

No órgão do Município que é determinante, a Câmara Municipal, uma coisa se pode ter, desde já a certeza.

Mesmo que fizessem por isso, dificilmente poderiam ser tão maus como os seus antecessores, nomeadamente ao nível dos conflitos e da resolução dos problemas concretos das populações.

Mas não há nada melhor do que aguardar para ver.

domingo, 1 de novembro de 2009

Tomada de posse em S. Domingos de Ana Loura. Uma pequena (grande) nota.


O que diz a lei sobre a instalação e primeira reunião de funcionamento das Assembleias de Freguesia e o que se passou em S. Domingos de Ana Loura:

Artigo 8.º
Instalação
1 — O presidente da assembleia de freguesia cessante ou o presidente da comissão administrativa cessante, conforme o caso, ou, na falta ou impedimento daqueles, de entre os presentes, o cidadão melhor posicionado na lista vencedora, procede à instalação da nova assembleia até ao 20.o dia posterior ao apuramento definitivo dos resultados eleitorais.
         - Tudo bem -
2 — Quem proceder à instalação verifica a identidade e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os presentes, quem redige o documento comprovativo do acto, que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à instalação e por quem o redigiu.
         - Tudo bem - Apesar de a prática levar a que os eleitos leiam uma declaração e assinem a acta de instalação aqui não houve assinaturas para ninguém apesar de a acta de instalação ter sido elaborada préviamente. De qualquer modo como "o documento comprovativo do acto, que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à instalação e por quem o redigiu" não me parece mal.

3 — A verificação da identidade e legitimidade dos eleitos que, justificadamente, hajam faltado ao acto de instalação é feita na primeira reunião do órgão a que compareçam pelo respectivo presidente.
         - Tudo bem -
 
Artigo 9.º

Primeira reunião
1 — Até que seja eleito o presidente da assembleia compete ao cidadão que tiver encabeçado a lista mais votada ou, na sua falta, ao cidadão sucessivamente melhor posicionado nessa mesma lista presidir à primeira reunião de funcionamento da assembleia de freguesia que se efectua imediatamente a seguir ao acto de instalação, para efeitos de eleição, por escrutínio secreto, dos vogais da junta de freguesia, bem como do presidente e secretários da mesa da assembleia de freguesia.
          - Tudo bem -
2 — Na ausência de disposição regimental compete à assembleia deliberar se cada uma das eleições a que se refere o número anterior é uninominal ou por meio de listas.
          - Tudo bem -
3 — Verificando-se empate na votação, procede-se a nova eleição, obrigatoriamente uninominal.
          - Tudo bem -

4 — Se o empate persistir nesta última, é declarado eleito para as funções em causa o cidadão que, de entre os membros empatados, se encontrava melhor posicionado nas listas que os concorrentes integraram na eleição para a assembleia de freguesia, preferindo sucessivamente a mais votada.
5 — A substituição dos membros da assembleia que irão integrar a junta seguir-se-á imediatamente à eleição dos vogais desta, procedendo-se depois à verificação da identidade e legitimidade dos substitutos e à eleição da mesa.
       - Tudo mal - Desde logo só se procedeu à substituição dos dois vogais eleitos. O cabeça da lista mais votada esqueceu-se que também tinha de ser substituido e que deveria ter chamado mais um elemento da sua lista. Só o fez depois de eleita a mesa da Assembleia.
          O que quer dizer que o cabeça da lista mais votada que apenas deveria presidir à Assembleia de Freguesia até à eleição da mesa, não só presidiu como também votou. O que faz com que, na minha modesta opinião, o acto seja nulo e que tenha de haver uma nova eleição da mesa na próxima reunião da Assembleia de Freguesia. Cá por mim é nervosismo miudinho, na melhor das hipóteses.
6 — Enquanto não for aprovado novo regimento, continua em vigor o anteriormente aprovado.

De qualquer modo este tipo de situações não é novo.

Estranhamente, raro é o mandato em que estas situações estranhas não aconteçam e por regra com eleitos do PS.

Às vezes fico com aquela estranha sensação que há gente que só existe e que só concorre para impedir que a CDU ganhe e que exerça poder.

Porque jeito não têm nenhum.
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR